As pessoas discutem muito sobre o que é um milagre e diferentes religiões e filosofias têm opiniões diferentes sobre os chamados “milagres”. Se há um denominador comum entre a maioria delas, é que ” um milagre é um fenômeno não explicado pelas leis conhecidas da natureza”.
Por ” leis da natureza “, aqui, normalmente se entende uma referência às leis da física, sobre as quais a humanidade já conseguiu considerável conhecimento.
Nosso conhecimento das leis físicas nos permite construir um avião de 400 toneladas capaz de decolar e voar longas distâncias, com muitas pessoas dentro.
Somos capazes até de enviar pessoas para o espaço exterior, pousá-las na Lua e, eventualmente, em alguns planetas. Isso seria considerado um milagre, um feito dos deuses, pelos homens das cavernas; talvez até mesmo por homens da idade média, quando algum conhecimento científico rudimentar já existia.
Nós sabemos mais do que isso agora. Sabemos que esses feitos notáveis são simplesmente o resultado do conhecimento da humanidade sobre as leis físicas, o que nos permite usar essas leis para nosso benefício e alcançar metas notáveis.
Acho que, em termos de leis espirituais, a humanidade ainda está num estágio comparável ao da idade das cavernas. Sempre que algum processo espiritual acarreta a materialização de resultados físicos surpreendentes, nós os atribuímos à fatalidade, se são desagradáveis, ou a um milagre, se são agradáveis. Acredito que à medida que a humanidade evoluir espiritualmente, iremos, algum dia, ser capazes de usar adequadamente e com conhecimento as leis espirituais para manifestar emoções, sentimentos e até mesmo fenômenos físicos desejáveis. Alguns gurus, xamãs e líderes espirituais já estão fazendo isso, para espanto de muitos.
Somos afortunados por ter tido a contribuição de pessoas como Isaac Newton, Max Planck, Enrico Fermi, Paul Dirac, Albert Einstein e tantos outros que enunciaram as leis físicas em termos claros, até mesmo sob a forma de equações matemáticas descrevendo com precisão as relações de causa e efeito no mundo físico. O que precisamos agora são as contrapartidas espirituais desses cientistas, com a capacidade de enunciar com clareza as leis espirituais, para assim ajudar a evolução espiritual da humanidade, como um todo.
Quando o nosso universo foi criado, as leis físicas e espirituais que regem essa criação já estavam lá, permeando a infinita consciência divina que simplesmente é.
Essas leis são perfeitas e impessoais. Se você ignorar as leis da termodinâmica e tocar uma brasa quente ou as chamas de uma fogueira, você vai se queimar (a menos que você saiba como ativar princípios de um nível superior, não-físico, que se superponham às leis físicas). Você vai se queimar, independentemente de você ser uma pessoa boa ou má; e independentemente das suas razões para fazê-lo serem boas ou más. Qualquer bombeiro irá endossar isso.
Intenções não são relevantes para o resultado de fenômenos físicos (embora os cientistas estejam começando a detectar a sua influência nos fenômenos físicos sub-atômicos). Por outro lado, os líderes espirituais afirmam que, em termos espirituais, as intenções por trás de nossas ações são mais importantes do que as próprias ações.
Como as leis da física, as leis espirituais estão sempre atuantes, determinando as consequências de nossos pensamentos, intenções, sentimentos e ações. Quando involuntariamente (por ignorância) infringimos leis espirituais, enfrentamos as consequências de qualquer forma; e essas consequências não são “castigos “; nem tampouco os resultados favoráveis são recompensas. As consequências são simplesmente o resultado impessoal de nossa interação com as leis vigentes (físicas e não- físicas). Essas leis são divinamente perfeitas e nos levam, na busca do nosso bem-estar, a evoluir para a luz e a pureza, por tentativa e erro, pela autoobservação e autoconfrontação.
Abril 2014