Consciência é algo que permeia todos os seres, toda a criação, toda a existência – tudo o que é. Consciência e energia não são fenômenos distintos.
A consciência é criadora de energia e energia tem consciência – há vários aspectos da consciência, talvez “variações” de consciência, assim como graus. Há energia em cada pensamento, sentimento, intenção, atitude, crença. Cada pensamento é energia. Você experimenta essa energia como sentimento.
Você também deve diferenciar entre pensamento de corte e pensamento abstrato. Um pensamento de corte é uma defesa contra sentimentos e aspectos indesejáveis do eu. Um pensamento abstrato é resultado de um estado espiritual altamente integrado. Um pensamento puramente abstrato criaria um sentimento ou experiência energética de imensa paz, de uma compreensão intrínseca da lei universal, fadada a induzir alegria e felicidade. Ambos estão ligados a sentimentos, que são energia.
Mesmo um seco sentimento de corte tem energia. O sentimento de tédio contém uma energia de medo, o medo de saber tudo o que você pode saber agora sobre si mesmo e sua relação com o universo.
Quanto mais subjetivo é o pensamento, mais tingido com a negatividade se torna o sentimento. Um pensamento subjetivo é aquele que é criado a partir do medo pessoal e de um desejo pessoal, de um estado de egoísmo e separação – eu contra o outro. Portanto, nunca está na verdade.
Como os pensamentos, os desejos também podem ser de dois tipos diferentes. Desejos decorrentes do ego e suas distorções afastam você do mais íntimo do seu ser. Tais desejos muitas vezes contem orgulho, vontade própria, medo, falta de confiança no universo. Eles criam um sistema de energia contraído e tenso, que impede o fluxo da força vital. Mas o tipo de desejo que contém a fé na possibilidade de alcançar um estado melhor, coragem, paciência e compromisso capaz de motivar um indivíduo para reunir coragem, perseverança e firmeza necessárias para tatear um caminho para fora da escuridão e do sofrimento é de um nível diferente, um tipo de desejo superior.
Aqui você tem um exemplo típico de uma confusão dualista, que surge quando você diz que ter um desejo é certo ou errado, dependendo de qual aspecto dele você percebe. Você pode transcender o estado doloroso, confuso e limitado da consciência dualista somente quando consegue ver além do “ou / ou” e vê as possibilidades reais e distorcidas de ambos os opostos aparentes. Raramente alguma coisa é, em si, boa ou ruim. Depende de como ela se manifesta, quais as verdadeiras motivações subjacentes.
Os estados de consciência podem ser aproximadamente diferenciados nos três grupos seguintes:
1) Dormência: Esta é a consciência sem autopercepção, a consciência de um ser que não sabe que existe. Ele não tem consciência de si mesmo. Ele pode sentir e mover-se e crescer, e até, em certa medida, pensar, mas abaixo do limiar da consciência de si mesmo, como um mineral ou uma planta. Embora dormente, a energia-consciência existe em tal ser. Esta consciência adormecida não quer saber sobre si mesma e sua relação com o universo circundante.
2) Autoconsciência: Este estado começa no nível humano. Consciência do “Eu sou”, “Eu existo”, “Eu posso pensar”, “Eu posso sentir”, “Eu posso tomar uma decisão”, “Minhas decisões têm impacto”, “Meus pensamentos têm efeito”, “Meus sentimentos alcançam outros seres. ” Neste estado começa a autorresponsabilidade. A consciência de ter um efeito sobre o mundo em torno de si resulta em responsabilidade e no reconhecimento da seriedade da escolha de pensamentos, atitudes, ações e respostas. Dentro do estado humano da consciência, da autoconsciência, há ainda muitos graus e variações. Você tem seres humanos que estão ainda inconscientes do seu poder de criar, mudar e afetar. Há outros que sabem muito bem que eles têm o poder de escolher, de criar e de afetar. Estes são responsáveis por si mesmos e por suas decisões de pensar de uma forma e não de outra. Há também muitas gradações entre esses dois níveis diferentes de consciência humana. O estado humano de autoconsciência existe dentro da sua dimensão autocriada de tempo. Assim, o sentido de passado, presente e futuro desperta na mente humana. Este é um estado de “tornar-se“, que precede o estado eterno de “ser“.
3) Consciência cósmica: Este é o estado de “ser“. Neste estado tudo é um único todo, não há separação, tudo é conhecido. O eu mais profundo é conhecido, o eu divino é conhecido. O eu divino da pessoa é conhecido, assim como o das demais pessoas. A verdade do ser é conhecida. Nesse estado de consciência você vive em um estado de ser. Mas neste nível de desenvolvimento, o estado de ser supera a autoconsciência. Ele atingiu a consciência universal ou cósmica. Para colocar isso de forma diferente e, possivelmente, de forma mais precisa: o eu é reconhecido como estando em tudo o que existe. Este é um estado atemporal de consciência.
A evolução do estado de consciência só pode ser alcançada de acordo com o estado de pureza de cada ser individual. Se a consciência pudesse se expandir sem a expansão simultânea dos agentes de autopurificação, o mal poderia destruir o divino. Então, como um mecanismo interno de proteção, a negatividade fecha os órgãos perceptivos: cegueira, surdez, mudez, e dormência se estabelecem.
O mal não destrói, nem pode destruir – pode fazê-lo apenas temporariamente e dentro de um quadro onde todas as manifestações negativas, não importa o quão cruéis ou injustas possam parecer, são um remédio autocriado, com o propósito final de alcançar suprema purificação e bem-aventurança.
A única maneira de sair deste estado de impureza, onde a proteção pela ignorância, limitação, impotência e afastamento do núcleo onde se encontra tudo o que liga à vida, é o esforço consistente para conhecer a si mesmo, para saber onde você está agora – não para conhecer o universo ou qualquer coisa fora de você. Isso vem depois – gratuitamente, por falar nisso. Concentrar-se nos aspectos externos seria perseguir uma ilusão.
Você pode ter certeza de que quando você está em um estado desarmônico, você ainda não é tão consciente quanto poderia ser. Para se tornar mais consciente, geralmente é necessário tatear e pesquisar intensamente. E isso é, na verdade, parte da sua missão de vida.
O estado desarmônico, o estado de ansiedade, o estado infeliz, o estado de depressão, o estado negativo de inquietação e medo, o estado de contração e dor é sempre um reflexo de algo que você precisa saber agora, mas escolhe – sim, literalmente escolhe – não saber. Essa escolha cria um campo de energia negativa muito potente. Este caminho (Pathwork) ajuda a desativar esses campos de energia negativa, alterando o conteúdo da consciência em si.
Por trás de um sentimento superficial de “eu não posso” há uma escolha do “eu não quero“. O primeiro passo vital aqui seria transformar a escolha “eu não quero saber” em “eu quero saber”, e segui-la.