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Notas (parte 2) sobre a Palestra144: O Processo e o Significado do Crescimento

<- Programa de Trabalho

 

O crescimento no plano dualista é sempre carregado com o medo do oposto indesejável. Portanto, o seu processo de crescimento será prejudicado enquanto você visualizar o seu objetivo de crescimento como bom, por se opor ao ruim.

 

O crescimento não pode ocorrer por oposição à oposição, ele só ocorre quando você já não teme qualquer dos opostos, não se apega a um objetivo por medo do seu oposto. Então, e somente então, você pode alcançar o estado unitivo. Mas você não pode fazer isso, se o medo estiver no seu coração. No plano unitivo, o crescimento não é ameaçado por um oposto, portanto, não precisa ser temido nem evitado.

 

O crescimento dualista é um movimento cíclico, com uma curva ascendente, um pico, e uma curva descendente, que se recicla perpetuamente, sempre expressando dois opostos. O estado dualista é o estado de causa e efeito. O crescimento no estado unitivo se expande infinitamente. Ele nunca se repete e nunca precisa de um movimento de oposição. Ele transcende o princípio de causa e efeito.

 

Quando você, de algum modo, compreende isto, – e este entendimento vem do confronto com os erros pessoais internos e os autoenganos – então uma abordagem totalmente nova para o crescimento surge. Um dos marcos da transição do estado dualista para o unitivo é que se começa a perceber que cada momento na vida tem o potencial para a alegria e a paz. Estando na verdade consigo mesmo, você não teme nada, porque você deriva alegria de ambos os opostos do estado dualista.

 

Essa transformação começa a trazer um crescente desdobramento e enriquecimento das circunstâncias da sua vida externa, de uma forma tão harmoniosa e orgânica, que pode parecer quase coincidência. Estas melhoras exteriores podem ou não coincidir com as ideias e ideais que você usou para se manter no plano dualista. Seus objetivos podem permanecer inalterados, mas a forma como você experimenta estes objetivos, ideias e ideais é completamente diferente.

 

Essa transformação pode ocorrer inicialmente apenas em algumas áreas da nossa vida, enquanto que o mesmo processo pode demorar mais para ocorrer em outras áreas.

 

No estado dualista acostumamo-nos a perceber uma posição como desejável e o seu oposto como indesejável. Por exemplo, nos apegamos à ideia de que a construção é sempre boa, enquanto a destruição é sempre ruim. Para entender o estado unitivo, devemos reconhecer que a destruição do erro pode ser desejável, e a construção do erro é indesejável.

 

Destruição é sempre um processo doloroso, seja ou não desejável. Enquanto os edifícios de erro estão sendo destruídos a sua vida pode ficar tumultuada. Mas colocando-se contra o movimento orgânico e desejável, você prolonga o período doloroso de transição – doloroso, principalmente porque ele é mal compreendido. Você se sente, “Aqui estou eu, esforçando-me tanto, mas veja o que acontece, apesar de tudo! Tudo parece escorrer como areia entre os meus dedos; eu não só não encontro satisfação, mas até mesmo os prazeres que eu tinha sumiram.”

 

O estado unitivo pode ser alcançado, principalmente, por duas estradas, ambas correspondendo a opostos do estado dualista. Ele pode ser alcançado no, e por meio do, lado “bom”, assim como no, e por meio do, lado “mau”.

 

Quando você está em um estado relativo de saúde e verdade interior, onde você já está um pouco livre do medo e possui a confiança e um sentido genuíno da natureza benigna do universo, você pode encontrar dentro de si mesmo e a verdade e a saúde absolutas e tornar-se livre do medo e da desconfiança. Você sabe que o seu bem estar nunca interfere com o bem estar de mais ninguém. Seu bem estar não traz nenhum mal para ninguém. Quando você tiver alcançado este estado, então você poderá encontrar diretamente o princípio unificador dentro do seu próprio íntimo.

 

Quando você ainda está em um estado de mentira e distorção e, portanto, o medo e a desconfiança de si mesmo e do mundo o influenciam, você só poderá transcender este estado aceitando o que você teme. Mas isso não deve ser feito em um espírito de autonegação masoquista. Deve ser feito com a questão em aberto; se o que você teme é verdadeiramente temível. Em outras palavras, você deve questionar o conceito que cria o medo da alternativa, em vez de se opor à alternativa, em si.

 

É preciso estar preparado para abandonar o que se insiste em alcançar, a ponto de aceitar que a alternativa desejada não irá ocorrer. Abrir mão de algo não significa autoderrota ou sacrifício de autoprivação. Significa aceitar que, onde quer que você perceba um ponto de medo e desesperança, você deve abandonar o conceito subjacente a esse medo.

 

Isso pode parecer que você está se expondo a aquilo que considera mais indesejável. Mas esse risco deve ser assumido, para que você possa descobrir que a ideia toda era uma ilusão, caso contrário, você não poderá sair do seu estado perpétuo de medo e conflito.

 

A única maneira pela qual você pode transcender este estado é aceitá-lo temporariamente, sabendo que ele não é definitivo. Isso significa que você não só aceita as limitações da situação externa, mas também o seu próprio estado limitado neste momento. Quando você desistir de sua oposição ao seu atual estado indesejável, você poderá encontrar a verdade, e então será possível conciliar dois opostos aparentes.

 

A única maneira de realmente se libertar do medo é experimentá-lo e descobrir que ele não contém o terror, que é possível lidar com ele e permanecer essencialmente intacto. Quando você descobrir onde e como você se opõe firmemente a alguma coisa porque você se apega ao seu oposto, você estará dando um passo importante para o crescimento em direção ao princípio unitivo.

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